segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Bagunça e agressão a jornalista na eleição do PT

Da Redação
A eleição da nova presidência do PT de Vitória da Conquista poderia ter ficado só na surpresa do resultado: Suzana Ribeiro, secretária Municipal de Saúde, bateu o vereador e presidente da Câmara de Vereadores, Alexandre Pereira, por 623 votos a 420 - mais de 200 de diferença.
Infelizmente não foi só isso: uma confusão que já se anunciara duas horas antes da divulgação oficial do resultado, que saiu às 21h15, quando, na porta da Câmara de Vereadores, onde foi realizada a votação e a contagem dos votos, um rapaz pedia a um "companheiro", em tom de autoridade, um vaso de água de 5 litros, sob ameaça de que se o pedido não fosse atendido, o "pau iria comer". E
depois de anunciado o resultado, o que se prenunciava aconteceu.
Uma mulher bastante insatisfeita com a "ética" - será que ainda existe no PT? - de algum membro da legenda - que, inclusive, portava na blusa um adesivo da candidata Suzana Ribeiro, apoiada pelo deputado federal Guilherme Menezes, mais provável agora candidato a prefeito de Conquista - e também a uma cobrança de dívidas, partiu para cima e ficou à flor da pele quando o rapaz para quem ela apontava como sendo "antiético" disse: "vocês vão ter de engolir".
A reportagem de O PLANALTO filmou todo o tumulto até o instante em que o militante petista Carlos Costa, o qual estava com um estilingue pendurado no pescoço, um boné e um adesivo da candidata Suzana Ribeiro, teve a bizarra idéia de enrolar o banner (de Ribeiro), que tinha, em cima e em baixo, cabos de vassoura, e desferir um golpe na máquina utilizada para fazer a filmagem, que acabou aí.
Posterior ao golpe, seguiu-se a tomada à força da máquina por um militante conhecido como "Paulo Preto". Pedidos de devolução do jornalista Mário Bittencourt não foram suficientes para que a máquina fosse devolvida. Depois de alguns minutos, uma militante conseguiu retirar a máquina do agressor, que lançava olhares ameaçadores para o jornalista.
Já Carlos Costa, não se contentou com a covarde agressão e queria ir mais além, dizendo ao jornalista: "ponha sua máquina no chão para ver se não a quebro todinha agora". O jornalista, vendo o estado de nervos em que estava o desequilibrado rapaz, preferiu se manter como estava desde o início: na observação dos atos petistas.
Finda esta parte da bagunça, quando alguns militantes deixavam o plenário da Câmara de Vereadores, o rapaz que havia prenunciado a violência por meio da sua ameaça feita a outro militante, jogou água - talvez a mesma que ele havia pedido sob a emeaça de agressões - em um membro do comitê Estadual do PT que apoiava Alexandre.
Do jeito que estava, o presidente do PT, Almir Pereira, ficou. E quando o jornalista telefonou para a polícia para tentar contornar a situação, a militância do PT dizia que não era para fazer isso - "vamos abafar o caso", dizia um deles. A polícia veio e ficou na porta da Câmara. Segundo informou a tenente de pré-nome Luquesse, a PM perguntou ao porteiro o que estava acontecendo e foi informada de que tudo estava "normal". E parou aí.
No dia seguinte, o jornalista fez o "BO" na 1ª Delegacia Regional de Polícia de Vitória da Conquista e levou a intimação ao agressor Carlos Costa para comparecer à mesma e prestar esclarecimentos. O jornalista estuda a possibilidade de processar Carlos Costa e o PT por danos morais. Em caso de não poder ser os dois, será um deles. E o mais provável é que seja Costa.