sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Bebê consegue vaga em UTI


Juscelino Souza, do A TARDE


O recém-nascido David Rian Moreira Oliveira, de apenas 39 dias, conseguiu ontem uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Esaú Mattos, em Vitória da Conquista (509 quilômetros de Salvador), no final da tarde desta quinta-feira, dia 03. David sofre de um quadro grave de refluxo gastroesofágico, desnutrição e o que os médicos chamam de esôfago fechado.
O drama da criança, internada desde o dia 26 de dezembro, comoveu médicos, enfermeiros e funcionários do Hospital Pediátrico de Conquista (Hospec). Até o começo desta tarde, as únicas unidades que oferecem atendimento especializado para o caso de David, a UTI Neonatal do Hospital Municipal Esaú Matos e a UTI do Hospital Estadual de Base não tinham vagas disponíveis para atendê-lo.
Os médicos e diretores do Hospec informam que geraram quatro relatórios sobre o quadro clínico da criança, mas que todos os pedidos de internamento foram negados por falta de vaga. Como não consegue reter a alimentação no estômago, o bebê perde peso a cada dia e no último final de semana sofreu parada cardíaca.
O bebê nasceu com 3,150 quilos, mas quando deu entrada no Hospec pesava 2,650 quilos. Nessa quinta-feira, 3, estava com apenas 2,5 quilos, quando o peso ideal para sua idade varia entre 3,8 quilos e 4 quilos, segundo a enfermeira Gabriela Amaral.
O coordenador de enfermagem do Hospec, Carlos Alberto Andrade, lamenta o quadro vivido pela saúde por conta da falta de vagas e atribui parte da culpa à crescente demanda em detrimento do estrangulamento da rede pactuada. O exemplo está na própria unidade onde trabalha.
O Hospec, gerido por uma cooperativa de médicos e funcionários, dispõe de apenas 50 leitos, mas com capacidade para outros 50. Mesmo operando no limite, o hospital jamais recusou paciente e chega a atender mais do que permite a cota mensal de 210 Autorizações de Internamento Hospitalar (AIH).

Chávez anuncia reforma ministerial e muda até vice-presidente


Da REUTERS


O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou na quinta-feira uma mudança radical em seu governo, que afetará quase metade dos ministérios e incluirá até o vice-presidente. A decisão ocorre quando se completa um mês de sua derrota no referendo que pretendia reformar a Constituição.
Após sofrer em dezembro o primeiro revés eleitoral desde que assumiu o poder, em 1999, o presidente alterou seu agressivo discurso ideológico por um mais pragmático antes do pleito deste ano para governos estaduais e municipais.
'Creio que nossa campanha eleitoral tem que se basear nos problemas concretos das pessoas. Menos teoria e mais prática', disse Chávez em declarações por telefone a um programa da TV estatal.
O mandatário afirmou que mudará 13 dos 28 membros do gabinete ministerial, incluindo o vice-presidente. Segundo ele, as indicações completas serão públicas uma vez que ele tenha informado pessoalmente a todos os afetados.
Jorge Rodríguez, atual número dois do governo e apontado por setores chavistas como responsável pela derrota no referendo, será substituído pelo ministro da Habitação, Ramón Carrizales. Anteriormente, este havia ocupado a pasta da Infra-Estrutura.
A troca de Rodríguez -- psiquiatra de 41 anos e bastante combativo com a oposição -- por Carrizales pode ser interpretada como um sinal de diálogo com adversários políticos do presidente.
- Não podemos nos deixar arrastar por correntes extremistas, nós não somos extremistas e nem podemos ser. Não. Temos que buscar alianças, incluindo com a burguesia - disse Chávez.