sábado, 8 de dezembro de 2007

Chuva escassa eleva preço do feijão


Britto Filho

Arroz, feijão, bife e batata frita. Para muitos, a combinação é o que existe de melhor na culinária brasileira. A boa notícia é que a refeição é considerada completa em termos nutricionais. O consumo de arroz e feijão oferece aminoácidos e proteínas vegetais. A má noticia é que dentre esses produtos o feijão é o mais caro no momento.
Em Vitória da Conquista, o consumidor já sente no bolso e na barriga os efeitos da entressafra do feijão. Em dois meses, o preço do produto, que é um dos principais na mesa do brasileiro, disparou pelo menos 100%, e já é encontrado por até R$ 4,79 em alguns supermercados da cidade. No último dia 26, aconteceu mais um reajuste, que elevou o preço do quilo do feijão para R$ 6,00, valor atualmente comercializado pelos feirantes da Ceasa em Conquista.
Em setembro, o quilo do feijão-carioquinha, o mais consumido em todo país, chegou a ser comercializado a R$ 2,00. A explicação para uma alta tão repentina está na escassez do item no mercado. Nas regiões tradicionalmente produtoras de feijão, como o interior da Bahia, a safra foi prejudicada pelo período irregular de chuvas.
"Os produtores justificam isso para a gente na hora de subir o preço. E temos que repassar para o consumidor", disse Waldomiro Pacheco, sócio de um supermercado da cidade. De acordo com os comerciantes do Centro de Abastecimento de Conquista, a dificuldade em encontrar o feijão-carioca, na feira, não é tanta, o produto vendido em Conquista é trazido do próprio estado. Apesar do preço elevado, a qualidade deixa a desejar.
O autônomo Pedro Santos, afirma que fez pesquisa nos supermercados da cidade, e, no final, a constatação foi: o consumidor tem de saber escolher onde vai comprar. “No Bom Preço o ‘feijão duro’ está de R$ 2,68; já na Cesta do Povo ele sobe para R$ 3,38. E aqui (no supermercado do Senhor Waldomiro) ele fica por 4,79”, disse.
De acordo com as previsões do setor, o período de entre safra segue até o começo de 2008. Isso significa que, até lá, a tendência é de constante variação negativa no valor do quilo do feijão. Ou seja, mais reajustes devem aparecer até que a safra comece novamente.
A escassez já provoca temor entre os donos de supermercado, como seu Waldomiro Pacheco, que diz estar se preparando para o risco de ficar sem o produto nas prateleiras. Já para o comprador de outro supermercado, Ivan Baptista, a atenção está voltada para as vendas. “A gente fica temeroso. Temos que repassar o preço, e corremos o risco do produto ficar encalhado nas prateleiras e estragar”, comenta.

Empresários aplaudem redução do ICMS


Do Tribuna da Bahia


Um dia após o secretário da Indústria e Comércio, Rafael Amoedo (foto), ter anunciado a queda da CPMF na Bahia de 17% para 11%, empresários de diversos setores, políticos, economistas e especialistas comemoram a decisão, que pode amenizar uma das maiores dores de cabeça do governo Wagner: a perda de competitividade do Pólo Industrial de Camaçari e seu esvaziamento, com a contínua saída de indústrias para outros estados.

A saída da Dow Quimíca, a possível perda da planta de polímeros verdes da Braskem para o Rio Grande do Sul, e a ida da maior fábrica de PET do mundo, para Pernambuco, com expectativa de geração de mais de 30 mil empregos, num consórcio Braskem/Petrobras .

Procurado pela equipe de reportagem da Tribuna da Bahia, o secretário da Fazenda, Carlos Martins, não quis comentar o assunto, mas o secretário da Indústria e Comércio, Rafael Amoedo, em declarações à TB, disse que a redução da alíquota do ICMS para 11% foi fruto de amplas discussões entre representantes do governo, inclusive a Secretaria da Fazenda. “Conversamos sobre isto com toda a equipe de governo e vamos reverter o cenário proporcionando à Bahia condições de competitividade”, frisa.

Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, Jorge Lins Freire, a ação do governo de redução da carga tributária é encarada de forma positiva. “Estamos tomando essa medida atrasados, mas dá para compensar e reverter as perdas. O benefício vai tentar igualar a Bahia a outros estados, que se anteciparam e já modificaram suas alíquotas”, comenta.

Já o presidente da Federação do Comércio do Estado da Bahia, Carlos Amaral, recebe a notícia com bons olhos. “Espero que não seja uma queda setorial, mas que ela atinja todos os segmentos produtivos. Hoje somente a associação de atacadistas consegue pagar 11% de ICMS. Eles conseguiram o benefício na gestão passada com a alegação de que os atacadistas de Minas Gerais e Goiás faziam uma concorrência desleal na Bahia.

PRF cancela concurso por suspeita de fraude

Do A TARDE On Line

O concurso para preencimento de 340 vagas de Policial Rodoviário Federal no Pará e Mato Grosso, que seria realizado neste domingo, 9, em todo o Brasil, foi cancelado por indícios de fraude apontados pela Coordenação de Inteligência da PRF e Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro.
Segundo comunicado emitido pela assessoria de comunicação social da PRF, houve vazamento doconteúdo das provas que seriam aplicadas. A PRF decidiu então suspender a prova, atendendo a recomendação da Procuradoria da República do município de São João de Meriti (RJ). Ainda não está decidido quando será feita a nova prova.

Mec aprova projeto do Reuni na Ufba

Do ATARDE

O projeto de reestruturação do ensino da Universidade Federal da Bahia (Ufba) foi aprovado pelo Ministério da Educação, juntamente com a proposta de outras 32 instituições federais que aderiram ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).
Das 42 universidades que aderiram ao projeto, apenas as 33 aprovadas serão convocadas para assinar o pacto de metas com o MEC e detalhar os novos recursos para 2008.
Para investimentos nos próximos quatro anos, o Reuni contará com recursos adicionais de R$ 2 bilhões, a serem distribuídos de acordo com as projeções de matrículas de alunos em cada instituição.

Surgem 34 novos nomes em esquema de fraude em licitação

Do ATARDE
O Ministério Público Federal (MPF) solicitou e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou o desmembramento do inquérito 561, que investiga irregularidades apontadas pela Operação Jaleco Branco, da Polícia Federal (PF).
Com isso, foram incluídos mais 34 suspeitos a serem investigados judicialmente. Os primeiros 28 já foram denunciados esta semana pelo MPF e cumprem processo judicial. O novo grupo será intimado a prestar esclarecimentos a um juiz da 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado da Bahia e não à relatora do inquérito, a ministra do STJ Eliana Calmon.
Após essa fase é que esses outros poderão ser ou não denunciados pelo MPF no mesmo caso ao STJ. A justificativa para o desmembramento é agilizar a investigação de suposta quadrilha especializada em fraudar licitações públicas no Estado, envolvendo cerca de 100 pessoas por mais de dez anos.
Outra razão para iniciar um inquérito paralelo a partir da denúncia do MPF deve-se ao fato de as suspeitas referentes aos novos denunciados poderem ser analisadas de forma isolada por não se ligarem diretamente à pessoa de Antônio Honorato de Castro Neto, presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e detentor do direito a foro especial, em nível federal.
Também foi decidido nesta sexta-feira, 7, o fim do sigilo para o inquérito 561, liberando acesso público à parte escrita. Não foram incluídas gravações feitas por escutas telefônicas, para preservar direitos pessoais. Advogados dos envolvidos afirmam que esse processo já entrou para a história da Justiça baiana pelo tamanho, complexidade e fatos inéditos.

Néstor Kirchner deixa o poder com popularidade em alta


AFP


O peronista social democrata Néstor Kirchner se tornará segunda-feira um dos poucos presidentes argentinos da história a deixar o poder com popularidade em alta, sem expulsão, sem golpe, sem fracasso, e ainda com uma imagem superior à de sua sucessora, a primeira-dama Kirchner.

"Ela tem uma grande tarefa. Ela precisa de apoio para fazer o melhor dos governos. É tempo de ela ser presidente. Eu estou aqui para acompanhá-la", disse o chefe de Estado na última entrevista à TV antes de repassar o cargo à presidente-eleita.

Horas antes, o instituto de pesquisa privado Ibarómetro havia revelado que a imagem positiva de Kirchner, de 57 anos, é de 55,3%, mais do que os 50,4% de sua esposa.Sem contar as pesquisas, é difícil encontrar um caso como o de Néstor Kirchner nos últimos 90 anos.

Desde 1916, quando o voto universal e obrigatório foi instituído, somente três presidentes entregaram o poder após cumprir o mandato, mas com popularidade manchada. Além disso, os dois únicos reeleitos, Juan Perón (1952) e Carlos Menem (1995), também não tiveram finais felizes.