domingo, 23 de dezembro de 2007

Cappio diz que Lula está morto


Emanuella Sombra, do A TARDE


O bispo d. Luiz Flávio Cappio não poupou críticas ao governo em sua primeira entrevista coletiva concedida em Barra, município baiano para onde retornou após encerrado o jejum de 24 dias em Sobradinho. Cappio disse que, para ele, "Lula morreu", restando apenas o presidente Inácio da Silva. "Não vou chamá-lo de Luiz porque meu nome é Luiz e eu não me sentiria bem."
Cappio também fez duas críticas ao governo do Estado, chamando o governador Jacques Wagner de "menino de recado" do presidente. "Tanto por parte do governador como da bancada petista, eu vi o mesmo gesto de Poncio Pilatos diante de Jesus, lavando as mãos", disse o religioso.O ministro da integração Nacional, Geddel Vieira Lima, também não escapou das críticas. "Eu gostaria de alertar o presidente que ele tenha mais cuidado na escolha dos seus ministros, pois para uma pasta tão importante é preciso colocar um homem idôneo, capaz, conseqüente. Pelo menos um homem educado, de trato, que saiba se relacionar com a nação." Geddel reagiu com tranquilidade, dizndo que pretende chamar dom Cappio para dar sua contribuição ao projeto de transposição. Em nota de sua assessoria de imprensa, Wagner disse que desde a campanha eleitoral deixou claro sua posição favorável à transposição. O bispo disse não haver ainda um conhecimento nacional a respeito da transposição do São Francisco. Citou a CPMF, amplamente discutida, como algo dentro da pauta nacional. Para ele, a polêmica envolvendo a transposição ainda é entendido com algo regional.
"Em 2008 já está sendo preparada uma grande agenda nacional e internacional, com um grande fórum de debates em Sobradinho, o palco dessa luta. Neste domingo recebi um convite do senador Suplicy para um debate no Senado Federal. Esse gesto (o jejum) foi o chute pra gol que bateu na trave. E eu sou apenas um jogador nesse time".

Geddel pede ajuda e Wagner diz que bispo não é dono da verdade


Do A TARDE

O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, recebeu com bom humor as declarações do bispo de Barra, dom Luiz Flávio Cappio, que o chamou de mal-educado. De forma polida, Geddel afirmou ser um “homem de concórdia e do entedimento“ e que deverá procurar dom Cappio em breve para discutir uma forma de ele (o bispo) contribuir com o projeto de transposição.


“Quero ver com ele qual a melhor maneira de ele nos ajudar a concretizar este projeto que é importante para a Bahia e para o Brasil“, disse. Geddel afirmou ainda que não tem nenhum problema pessoal com o bispo de Barra. “Ele pode me agredir do jeito que for que estarei sempre humildemente pronto para ouvi-lo", disse.


O ministro ressaltou ainda que recebe estes comentários de forma muito tranqüila, mas que irá procurar melhorar as suas falhas. “Recebo essas declarações do bispo dom Cappio com bastante humildade e vou procurar corrigir os meus rumos, os meus caminhos“, prometeu.


O governador Jaques Wagner, que está descansando numa fazenda, respondeu, através de sua assessoria de comunicação, às provocações de dom Cappio de forma sucinta e preferiu não comentar alguns dos pontos mais ácidos das declarações do bispo como o fato de tê-lo chamado de menino de recado do presidente Lula.


“O governador não vai comentar isso“, disse o secretário de comunicação do governador, Robinson Almeida. Com relação às críticas do bispo de que Wagner teria se aproveitado do fim da sua primeira greve de fome para buscar o apoio da região Oeste na sua campanha, o governador afirmou que sempre teve a mesma posição sobre o projeto de transposição do Rio São Francisco. “Disputei e ganhei a eleição compartilhando da mesma opinião do presidente da República“, disse Wagner.


O governador reiterou a sua posição sobre o polêmico projeto, afirmando que “tanto eu, quanto o presidente Luis Inácio Lula da Silva, somos favoráveis à integração das bacias“, disse. Apesar de ter se esquivado de comentar as provocações mais duras do bispo, Jaques Wagner não perdeu a oportunidade de alfinetá-lo. “É um exagero do bispo achar que a única verdade absoluta sobre esse tema é a dele“.

Governo divulga cronograma de 15 mil vagas para concurso

O governo baiano apertou o gatilho de largada para a corrida de contratações no período 2008/2011. A notícia, publicada em primeira mão pelo Caderno Empregos&Negócios, refere-se ao cronograma de concursos para os próximos quatro anos, elaborado pela Secretaria da Administração do Estado (Saeb).
O volume de vagas abertas em concursos públicos ultrapassa 15 mil unidades nos próximos quatro anos. O período corresponde ao ciclo do Plano Plurianual (PPA), projetado pelo governo Wagner. Apenas em 2008, está programado o preenchimento de 3.147 vagas; para 2009, mais 3.677; 6.005, em 2010, e 2.235, em 2011. O estabelecimento de um cronograma para concursos é uma iniciativa inédita na história do serviço público baiano, frisa o secretário da Saeb, Manoel Vitório (foto).
Há oportunidades para trabalhadores com nível médio (8.107 vagas) e nível superior (6.957). Do total de vagas previstas, pelo menos 10 mil são destinadas à substituição de mão-de-obra contratada através do Regime Especial de Direito Administrativo (Reda).

Deputados baianos faltaram a 13% das sessões na Câmara Federal


A Secretaria Geral da Mesa da Câmara dos Deputados registrou 649 faltas entre os 39 deputados federais baianos no ano legislativo de 2007. O levantamento foi feito pelo Congresso em Foco, portal especializado em assuntos do Congresso Nacional.
O ano legislativo que começou em fevereiro teve, ao todo, 126 sessões deliberativas. Os parlamentares do estado tiveram uma média de 13,26% de faltas. O número está um pouco abaixo da média nacional de 13,88%.
Entre os parlamentares baianos, somente dois estiveram presentes em 100% das sessões deliberativas: Jutahy Junior (PSDB) e Sérgio Barradas Carneiro (PT). Destaca-se também o deputado Guilherme Menezes (PT), que não compareceu apenas uma vez ao plenário.
Por outro lado, o deputado Mário Negromonte, do PP (foto) , é o único baiano na lista dos 75 parlamentares que faltaram a mais de 25% das sessões. Em números absolutos, o líder do PP na Câmara Federal foi parlamentar que mais teve faltas: foram 56 dias sem comparecer ao plenário em dias de sessões deliberativas. Negromonte, no entanto, justificou a grande maioria das faltas. Somente três ficaram sem justificativa.
O deputado foi procurado para comentar o assunto pela reportagem do A Tarde On Line na tarde deste sábado, mas os celulares encontravam-se desligados. O gabinete de Negromonte em Brasília também foi acionado, mas ninguém atendeu aos telefonemas devido ao recesso parlamentar.
Cassação – De acordo com o artigo 55 da Constituição Brasileira, o parlamentar que faltar mais de um terço das sessões deliberativas pode ter o seu mandato cassado. No entanto, pelas regras da Câmara o parlamentar pode justificar as suas faltas até o último dia de mandato.
O parlamentar que não se justificar tem o salário descontado proporcionalmente aos dias em que não compareceu ao plenário. Caso a falta seja justificada, o parlamentar é ressarcido integralmente do valor descontado. A remuneração de um deputado federal é de R$ 16.512,09 por mês.