terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Incoerências petistas

Assim como em nível nacional, o Partido dos Trabalhadores (PT) de Vitória da Conquista se destaca – para frustração dos muitos que acreditaram na legenda – pela incoerência entre a teoria e a prática, tanto no governo como dentro do próprio diretório municipal.
Nas eleições para presidência do partido, realizadas no dia 2, os candidatos falaram que uma das principais metas a serem alcançadas internamente é a união partidária. Ora, se ambos acham que haver dois ou mais grupos dentro do partido não é bom para o mesmo, por que então não formaram uma chapa única? Seria mais coerente.
É evidente – por mais que o partido e os petistas com cargos eletivos digam o contrário – que há um racha interno na legenda, e tem até porcentagem definida: 61% para um lado e 39% para outro. Mas como não é bom para a imagem da legenda, procura-se incubar o máximo esses problemas, que, longe de serem apenas “questões internas”, interferem diretamente nos serviços prestados pela prefeitura, já que lá trabalham pessoas indicadas dos dois grupos e um pode fazer corpo mole com raiva do outro grupo.
Mais coerente seria o partido e sua diretoria fazer uma campanha para unir seus membros em torno de um objetivo só. Mas ao invés disso, ela própria apóia um nome para estar na presidência da legenda, contribuindo mais ainda para aumentar o “racha”.
Todo partido tem divergências internas – isso é normal –, e é democrático debater sobre elas. Porém, o PT, assim como toda legenda política, possui um estatuto próprio no qual está toda a base ideológica e a melhor forma de desenvolvimento da sociedade – segundo a opinião deles.
Onde está a causa do “racha”, então? No esquecimento daquilo que prega o estatuto? Aparentemente, não. O que está em jogo é o poder, a ganância em ser o líder e expressão máxima da legenda em Conquista, o maior referencial. ACM sempre fez isso no PFL (hoje DEM), e seus herdeiros políticos brigam para conquistar o posto do homem que renunciou à presidência do Senado para não ter o mandato cassado.
E por falar em ACM, uma das críticas mais ferozes que os petistas faziam ao “cabeça branca” era a de que ele queria permanecer eternamente no governo da Bahia, seja ele mesmo no governo ou seus “compadres”. E agora querem fazer o mesmo em Conquista.
Mas o carlismo estava acabando com a Bahia e nós estamos levando desenvolvimento para Conquista – dirão os petistas. Desenvolvimento à conta-gotas. O PT tem onze anos na cidade e obras, como a duplicação da Olívia Flores, só foram realizadas em parte – quando Lula veio em 2005. Todo governo tem erros e acertos. E tanto o PT em Conquista quanto o PFL na Bahia tiveram boas e más realizações (obras por fazer ou incompletas).Assim como o “carlismo” fazia em época de eleição (e era criticado pelos petistas por isso), o PT quer investir alto nas obras em época de ano eleitoral. Quer aumentar em 117% a mais os gastos com obras em 2008 – de R$ 14.136.050,94 (verba de 2007) para R$ 30.664.041,35. É lamentável ver um partido que se dizia – ou ainda se diz – ético. Tudo não passa de palavras, meras palavras.