segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O melhor do cinema em oito dias


Taísa Moura

Um olhar para o cinema novo. Esta foi a temática escolhida para a Mostra Cinema Conquista, realizado de 17 a 24 e novembro. Em sua terceira edição, o evento marcou presença em vários pontos da cidade, satisfazendo a curiosos, estudiosos, pesquisadores e, principalmente, aos cinéfilos.
Em oito dias foram exibidos 22 longas, 42 curtas e 20 documentários regionais. A educação e a formação de pessoas para o cinema e para o audiovisual ficou por conta da programação acadêmica com a realização de palestras, lançamentos de livros e mesas-redondas, onde foram discutidos assuntos como “o cinema e o seu diálogo com a educação”, “o caminho de convergência entre o cinema e a TV Digital”, “o cineclubismo no Brasil”, e “políticas públicas para o audiovisual no Brasil”.
Para o coordenador geral do evento, Ésmon Primo, o diferencial da terceira edição da mostra foi que ela teve 3 pernas: “a cultural (na exibição dos filmes), a acadêmica (seminários) e a itinerante (onde pessoas dos bairros tiveram acesso ao cinema de qualidade e gratuito em praça pública ( projeto Cine-cidadão e a Cine-tenda Brasil).
Gildásio Leite (foto), o ator e diretor conquistense homenageado nesta terceira edição da mostra revela: “me honra muito, que aqui na minha terra eu tenha recebido esta homenagem, mesmo produzindo pouco. Não me sinto envaidecido, mas me deixa muito gratificado”.
Outra singularidade desta mostra foi a exibição de apenas filmes brasileiros. Para a coordenadora do projeto Janela Indiscreta, Milene Gusmão, a não exibição de filmes estrangeiros não teria sido possível pelo fato desta edição não ter salas próprias de cinema (como foi no Madrigal no ano passado).
Ministrante da oficina de Roteiro e diretor do filme Cartola – Música para os olhos, o roteirista Hilton Lacerda conceitua: “é uma oportunidade única participar da mostra, já que temos o problema de distribuição do filme; mostrar o filme, conversar com público, mostrar sua opinião sobre o cinema brasileiro é muito emocionante. Ainda mais em Vitória da Conquista que é extremamente rica em exportar talentos, como Glauber Rocha, Gilberto Gil”.
“É muito forte pra mim ta voltando a conquista, a terra do meu pai, com o filme que eu produzi, Diário de Sintra. A mostra é uma iniciativa importantíssima, e se apresenta como uma alternativa; uma possibilidade de mostrar filmes que não chegam aqui. É uma ocasião boa para oxigenar a cultura local”, afirmou o cineasta e filho de Glauber Rocha, Eryk Rocha.

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