segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Vestibular 2008 da Uesb não terá cotas


Thaiane Firmino

Na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), em 29 de agosto foi criada pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), uma comissão para avaliar qual programa de ações afirmativas poderia ser implantado na Universidade. A proposta da Instituição foi que seriam destinadas 50% das vagas, por curso e turno, para o sistema de cotas. Essa porcentagem se subdividiria, em 45% das vagas para afro-descendentes; 45% para estudantes de escolas públicas; 5% para portadores de necessidades especiais; e 5% para indígenas e quilombolas. Para explanação da proposta e construção de um debate sobre o tema foram marcados seminários, sendo o primeiro deles realizado no dia 29 de outubro, no Teatro Glauber Rocha da UESB com a participação do Reitor Abel Rebouças; conselheiros do Consepe e estudantes de escolas públicas de Vitória da Conquista.
O debate foi uma oportunidade para que a sociedade e a comunidade universitária discutissem e analisassem a implantação do sistema na UESB. A União Municipal dos Estudantes de Vitória da Conquista (Umesc) de acordo com seu representante, Leonardo Viana, tem como proposta, que também foi debatida em audiência pública na Câmara de vereadores da cidade, no dia 27 de outubro, garantir 50% das vagas da Uesb para estudantes oriundos de escolas públicas e também para os afro-descendentes, pois para ele, o importante é conseguir a porcentagem na reservas de vagas na Universidade.
Em contrapartida, o Movimento Negro defende que a reserva de 50% por curso e turno seja apenas para os afro-descendentes, na mesma proporção da porcentagem que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) diz ser de negros e pardos em Vitória da Conquista em relação a população total. Porém a porcentagem do IBGE é desconhecida, existem apenas dados nacionais.
Em entrevista, o Pró–Reitor de Extensão Paulo Sérgio Cavalcante, afirmou que é de responsabilidade da Pró-reitoria de Extensão (Proex) as políticas afirmativas e a manutenção dos alunos e que por isso o projeto de discussões sobre as cotas foi transferido para a Pró-reitoria de Graduação (Prograd), setor responsável pela implantação do sistema, através do Consepe. Segundo o professor, a Proex tinha enviado uma proposta ao conselho para discussão das cotas, porém o Consepe ainda não havia amadurecido as idéias, e houve ainda várias sugestões para que fossem suspensas as inscrições de matrícula diante do conselho para que o assunto não ficasse restrito as cotas, a partir de então com a implantação de seminários internos e externos, que retornarão nos dias 27, 28 e 29 próximos, serão levadas as propostas para o conselho e ele decidirá como e que tipo de cotas a UESB implantará.
Para o professor não faltou apenas vontade dos professores, mas amadurecimento da própria Universidade, e destacou que “A administração colocou agora as cotas como ponto de pauta, mas isso poderia ser feito inclusive pelos Centros Acadêmicos (CA) e pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), no sentido de provocar o conselho para essa discussão”. Quando questionado sobre a pressão do movimento Negro, o pró-reitor disse que acredita que as cotas não serão exclusivas para uma categoria e que não devem entrar no processo seletivo de 2008.

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