segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Vale transporte com os dias contatos


Thaiane Firmino

Assim como nas cidades de grande e médio porte, o Sistema de Bilhetagem Eletrônica está em fase final de implantação na cidade de Vitória da Conquista e as empresas devem fazer o cadastramento de seus funcionários até o próximo dia 29. Segundo a Secretaria Municipal de Transporte, Trânsito e Infra-estrutura Urbana (Simtrans) os transportes coletivos das duas empresas que transitam na cidade estão com validadores e catracas eletrônicas instaladas e todo o sistema operacional está implantado para entrar em vigor no dia 1º de dezembro.
O investimento para implantação do sistema é de cerca de R$ 1.200.000 e está sendo custeado pelas empresas, sendo o financiamento diluído na taxa de retorno das mesmas ao longo da concessão. Segundo a Secretária de Transporte, Trânsito e Infra-estrutura Urbana, Márcia Pinheiro, a mudança trará modificações positivas para o usuário desse tipo de transporte, pois haverá melhorias significativas de compra e utilização dos bilhetes, bem como a efetuação da recarga dentro do próprio veículo, tudo feito de forma automática, evitando, assim, fraudes e comércio irregular de vale transporte.
Para ela, a evasão do sistema da receita será reduzida, já que a capacidade de gerenciamento será melhorada devido à possibilidade de informações mais precisas; também haverá redução do fluxo de dinheiro circulando no veículo, o que diminui a quantidade de assaltos, aumentando a segurança no transporte coletivo; e a evasão da receita será reduzida, o que possibilita melhor controle tarifário; haverá ainda agilidade no embarque e desembarque, e por conseqüência diminuição do tempo de espera nos pontos de ônibus.
Para os vendedores de vale transporte do Terminal no centro da cidade, que conseguem lucrar em média R$ 400 por mês, o novo Sistema não é visto de maneira positiva. Dona Ana Campos Vieira, 39, casada, moradora do bairro Petrópolis e uma das vendedoras de vale transporte no local, afirmou que perde o sono todas as noites ao lembrar que quando os vales acabarem não poderá vender mais. Para ela, “o que a Prefeitura quer é tirar a gente da rua de qualquer jeito, devia se preocupar era com a violência, porque esse desemprego vai aumentar a violência”.
São em média 40 vendedores de vale transporte só no centro da cidade. Outro vendedor, sr. Severino José de Souza, 64, casado, morador do bairro Cadija, sugeriu que a Prefeitura deveria ter procurado uma maneira de dar emprego para esses vendedores antes de implantar o Sistema de Bilhetagem, porque muitos dos que irão deixar de vender vales vão procurar problemas com fiscais ou irão para a criminalidade, e afirmou: “Vou procurar alguma coisa para fazer. Se eles não arruma trabalho, agente inventa o trabalho, porque no Brasil só pode aposentar com 65 anos e se tem menos de 20 é novo demais e não tem experiência, se tem mais de 40, tá velho. Então só vive dos 20 aos 39 anos.”
Paulo Ricardo Gusmão de Oliveira, 18, que já trabalha com a venda de passes há um ano e três meses, afirmou que “só Deus no controle” e disse que a Prefeitura deveria tomar a mesma atitude que tomou quanto aos meninos que lavavam carros nas ruas, onde com a criação da Associação Zona Azul, para maiores de 18 anos, e do Conquista Cura, para os garotos menores, diminuiu muito o índice de pivetes. Para ele, faltou acordo entre as empresas de transporte juntamente com o governo local para viabilizar uma saída para a classe.

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